Biblioteca Itinerante Fundação Calouste Gulbenkian
Quem não se lembra da Biblioteca Itinerante da Fundação Calouste Gulbenkian, que durante muitos anos percorreu a ilha de São Miguel e Portugal Continental levando os livros a freguesias onde o acesso à leitura era praticamente impossível?
No meu tempo, a Biblioteca Itinerante parava à frente da actual escola, na Rua das Escolas. Não tenho a certeza, mas julgo que vinha uma vez por mês, sempre no mesmo dia.
Como tinha alguns livros em casa quando era pequeno, nunca atribuí o merecido valor àquela biblioteca, mas percebia que, para muitos, o momento da chegada da biblioteca era um momento mágico.
Alguns alunos e alunas, impacientes, não conseguiam esperar pelo intervalo e pediam para sair da aula com o intuito de ir à carrinha devolver os livros que tinham trazido de manhã, querendo ser os primeiros a escolher as próximas aquisições.
Não sei quando começou a visitar o Porto Formoso, talvez nos anos 60/70, mas sei que no início dos anos 90 a carrinha foi embora e nunca mais a vi.
Mesmo não sendo um leitor assíduo, recordo a emoção da chegada daquela estranha carrinha, diferente de todas as outras. Parecia saída de um filme! Era uma Citroën HY cor de tijolo. Tinha duas portas na traseira, sendo a entrada, então, por trás. As prateleiras ficavam nos lados, organizadas por temas. Ao fundo existia um balcão e atrás dele um senhor que não me recordo o nome nem a cara. Era ao mesmo tempo motorista e bibliotecário. Não queria muito barulho dentro da carrinha, tentando manter o silêncio próprio de uma biblioteca não ambulante.
Naquele tempo, a “invenção” de colocar bibliotecas itinerantes a facilitar o acesso gratuito à leitura em freguesias remotas, onde as famílias apenas tinham dinheiro para roupa e comida, foi um marco no acesso à cultura e mais um passo para a “abertura de espírito” da fechada comunidade do Porto Formoso.
Actualmente, o acesso aos livros é incomparavelmente mais fácil e existem bibliotecas municipais interessantes que na altura não eram muito mais do que um simples arquivo morto. Assim, não é fácil, aos mais jovens, perceber a importância daquela carrinha que, para muitos jovens, era a única forma de conseguirem ter e ler um livro.
Alguns alunos e alunas, impacientes, não conseguiam esperar pelo intervalo e pediam para sair da aula com o intuito de ir à carrinha devolver os livros que tinham trazido de manhã, querendo ser os primeiros a escolher as próximas aquisições.
Não sei quando começou a visitar o Porto Formoso, talvez nos anos 60/70, mas sei que no início dos anos 90 a carrinha foi embora e nunca mais a vi.
Mesmo não sendo um leitor assíduo, recordo a emoção da chegada daquela estranha carrinha, diferente de todas as outras. Parecia saída de um filme! Era uma Citroën HY cor de tijolo. Tinha duas portas na traseira, sendo a entrada, então, por trás. As prateleiras ficavam nos lados, organizadas por temas. Ao fundo existia um balcão e atrás dele um senhor que não me recordo o nome nem a cara. Era ao mesmo tempo motorista e bibliotecário. Não queria muito barulho dentro da carrinha, tentando manter o silêncio próprio de uma biblioteca não ambulante.
Naquele tempo, a “invenção” de colocar bibliotecas itinerantes a facilitar o acesso gratuito à leitura em freguesias remotas, onde as famílias apenas tinham dinheiro para roupa e comida, foi um marco no acesso à cultura e mais um passo para a “abertura de espírito” da fechada comunidade do Porto Formoso.
Actualmente, o acesso aos livros é incomparavelmente mais fácil e existem bibliotecas municipais interessantes que na altura não eram muito mais do que um simples arquivo morto. Assim, não é fácil, aos mais jovens, perceber a importância daquela carrinha que, para muitos jovens, era a única forma de conseguirem ter e ler um livro.
ps. fotos recolhidas na internet
Comentários
~Cumprimentos a todos
A Biblioteca Itinerante Fundação Calouste Gulbenkian, contribui em muito para a vontade de querer ler histórias que os mais velhos já não tinham vontade nem tempo para contar. Ver uma história, que apenas tinha o som das vozes dos mais velhos, escrita num livro era como ver um jogador de futebol a passar por nós quando só o víamos na televisão.
Ter à disposição contos, fantasias...condensadas em pequenos livros fora nesta altura momentos de felicidade.
Hoje, há mais livros para ver do que para ler.
Um abraço.
Deve-se ter seguido à reunião um almoço bem regado com o povo a pagar.
A maneira como a Câmara da Ribeira Grande governa o Porto Formoso é uma vergonha, mas não é de agora é de há anos e anos.
Estes senhores que nos governam andaram a ler livros de política barata e o Jornal 24horas e a verem as telenovelas da TVI.
Merecíamos melhores políticos.
Adeus
A Gilda foi uma pessoa que desde tenra idade sempre se dedicou à arte do saber, o que lhe valeu que, no início da década de sessenta do século passado, tenha sido convidada para Professora Regente do ensino primário na nossa freguesia.
Os filhos do tio Manuel Miguel e da tia Joana sempre souberam respeitar o seu passado e levaram para a cidade de London no Canada a cultura e o saber das nossas gentes.
A sua ligação à terra poderá ser testemunhada pela recuperação que fizeram na casa dos seus pais sita à rua das Escolas. Quase todos os anos temos familiares seus a visitar esta moradia.
A par desta família há ainda outras que felizmente teimam em manter as raízes no Porto Formoso.
Refiro-me a três casas que estão a ser construidas nesta freguesia - Uma no Outeiro da Família Aguiar, e duas nos Calços. Estas últimas estão a ser construídas pelo Couvinha na antiga Legião Portuguesa e a outra pelo José António que casou com a Inês Moniz e que vive em Montreal.
Estas quatro famílias são o espelho da cultura e do orgulho se serem naturais do Porto Formoso.
Muitas outras também gostariam de ter a sua casinha na terra natal, mas não lhes tem sido possivel.
Pessoas como os nossos emigrantes fazem-nos descobrir algo de simples e belo que acaba por curar parte dos nossos problemas e ajuda-nos a viver com mais alegria.
É sem dúvida o regresso das caravelas...
Por aqui se vê o estilo autoritário do sr. presidente: mesmo sem oposiçao do PSD, consegue gerar a discórdia dentro do seu partido.
Ele vai ganhar as eleições porque o PSD não consegue apresentar ninguem de tarelo para se candidatar.
Por mim VOTO EM BRANCO.
adeus
podes dar como certo que o senhor Silva vai ter um voto a menos no Porto Formoso e que os votos em branco vão ter um a mais.
Portoformosense residente e atento.
Adeus
Esta intervençãodo Hermano Cordeiro diz respeito à construção de uma reservatório para captação de água na zona do Pico da Pedra e já foi devidamente esclarecida pela Câmara, logo não há lugar para criar problemas onde eles não existem.
É preciso defender lugares como esses, neste caso de interesse geológico e vulcânico, pelo que sei, com alguma raridade. Por outro lado, a forma do monte deve estar nas recordações de muitos cidadãos daquela zona, à semelhança do que é o "pico das freiras" para os Ribeira Grandenses, e adulterar o local é violar as memórias de um povo.
Por outro lado, e sendo de facto o abastecimento de água uma prioridade de grande importância, deverão agora tentar minimizar o impacto vizual que o tanque provoca, cobrindo-o com terra e vegetação. Como se faz em muitos locais.
Um tanque é uma construção altamente desinteressante a nivel visual, e deve ser enterrado.
A Água até fica mais fresca!!!
Filipe Tavares
Não é fácil para mim olhar actualmente para a baía do Porto "Formoso". Há uma inevitável contradição entre o nome que a freguesia sustenta e a imagem degradante em que o porto se transformou.
Ainda sobra-me sorte de poder reviver na memória, a imagem de um porto de pescas realmente formoso.
Durante os minutos em que eu fui assimilando, de uma maneira desiludida, a realidade de uma obra sem sensibilidade, não consegui encontrar uma forma de aceitar tamanha injustiça para com a natutreza pura de uma baía cheia de vida e de beleza. Era impossivel transformar algo que por si só já era formoso.
Agora, pouco-me interessa subir o adro da igreja para contemplar "o calhau". Desapareceu um dos sitios mais inspiradores da minha imaginação. Fica na saudade a vontade de reviver pensamentos, que outrora escondiam-se no silêncio de uma baía que parecia só minha.
Mesmo numa noite em que a lua não fosse cheia percebia-se que ali em baixo existia algo que só pertencia à Natureza.
Fica aqui toda a minha frustação, tristeza e, sobretudo, inércia.
Agora, por mais dias que fique longe da freguesia que me viu crescer ou mesmo quando lá estiver, vou ter sempre saudades do meu PORTO FORMOSO.
Um abraço
São comoventes as tuas palavras.
É realmente uma grande frustração sentir que ao olhar para lá, já não é o que era.
A estupidez é tanta e não hà politicos à altura de a fazer parar!
Filipe Tavares
(desculpem os ultimos dois posts, mas tinham erros ortográficos que não dava para passar)
eu bem te disse que a desilusão ia ser grande quando olhasses para a nossa baía.
Por mim, quase não tenho ido ao jardim e quando passo de carro em frente à igreja faço um esforço para não olhar para aquelas obras demolidoras.
Prefiro não olhar. É como se fizesse de conta que não está a acontecer.
Cumprimentos
gostava imenso
email: sosportoformoso@gmail.com
ABRIU O BLOG "SOS COSTA NORTE".
Este BLOG tem como principais objectivos informar e debater todas as questões relacionadas com as intervenções e acontecimentos nesta maravilhosa costa da Ilha de S.Miguel, caracterizada pelo sua beleza imponente e selvagem.
Em destaque estão as Obras para a Requalificação do Porto da Ribeirinha.
Aqui o CIDADÃO INTERESSADO poderá ATEMPADAMENTE partilhar o que no seu entender será a solução mais adequada para a Requalificação do "Portinho da Ribeirinha!
http://soscostanorte.blogspot. com/
soscostanorte@gmail.com
Os melhores Cumprimentos
Filipe Tavares
A peça, cujos actores são funcionários do município, estreia-se segunda-feira, dia 23 Março. pelas 10h00, no Teatro Ribeiragrandense e está inserida na agenda cultural da autarquia ...
No dia 5 de Junho pelas 10h00, o grupo “Figurino” apresenta a peça “A Batalha da Ladeira da Velha”, na Escola Básica Integrada da Maia.”
Seguindo o exemplo de Itinerância da Fundação Gulbenkian, seria de esperar que esta peça também fosse apresentada no Porto Formoso. Terra com tradições de teatro amador e afinal … Foi Aqui!!!…exactamente neste local!!! Que os Liberais venceram a Batalha!!!
Como diria o José Hermano Saraiva
A NOSSA RESPOSTA VAI SER PUBLICADA AMANHÃ, 4ªF dia 3 de Junho de 2009 NO CORREIO DOS AÇORES
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SERÁ TAMBÉM PUBLICADA NA INTEGRA
NO BLOG DO MOVIMENTO A PARTIR DAS 00:00 DO DIA 3-JUN-09.
www.sosportoformoso.blogspot.com
(temos fotos recentes da obra no blog)