Apresentação dos Símbolos Heráldicos

Chegou a hora de hastear a nossa bandeira, de levantar os nossos símbolos bem alto!
A bandeira da nossa identidade, da história das nossas gentes, da nossa história!

Precisávamos deste momento. Quero ter uma bandeira, olhá-la e ver o Porto Formoso!

Adorar esta terra e todas as histórias que fazem a nossa infância.
Saber o nome dos sítios, das pedras, dos calhaus, das baixas, das ruas, das terras, dos atalhos, dos túneis que mais ninguém conhece, das cascatas e dos poços das ribeiras...da courela ao ramal, do algarvio ao ferreiro, do castelo ao calhau míudo, dos bicos ao canto da ladeira, e os pequenos lugarejos...o piquinho e a baixa da areia do meio, a trincheira!

A bandeira, o selo e o estandarte do Porto Formoso terão essa qualidade. Ao olhar para eles conseguiremos ver tudo isto e as memórias irão invadir a nossa cabeça.

- Programa da Festa de Apresentação dos Símbolos Heráldicos da Freguesia do Porto Formoso -

31 de Julho
2130 - Grupo Folclórico da Casa do Povo do Porto Formoso
2230 - Carlos Galvão e Calafão de São Miguel

01 de Agosto
2100 Exercícios dos BVRG
2200 Charanga dos BVRG
2230 Trio Musical PP

02 de Agosto
1900 Apresentação dos Símbolos Heráldicos da Freguesia
2200 Banda Café Central
2400 Fogo de Artifício

Comentários

virafoto disse…
Muito bem informado, com um menu excelente, agora a apresentação dos símbolos, heráldicos a encarnado deve ser a primeira condenação, ou pelo menos azar.
Haja modos, meu Srº.
O Regedor disse…
Concordo meu caro. Já corrigido!
Anónimo disse…
Heráldica do Porto Formoso

Regozijo-me com o “encantamento” do nosso Regedor ao querer hastear, içar e desfraldar, a Bandeira do Porto Formoso.
Espero bem que tenha sido posta a “discussão” na Freguesia. Se é uma surpresa da Assembleia e da Junta de Freguesia, estão sujeitos a algo que não agrade à maioria. Normalmente as Juntas de Freguesia encomendam os símbolos, a técnicos do Continente e, não raras vezes, são muito más.
Refiro-me, por exemplo, à bandeira da Lomba da Maia que é uma tristeza pegada. Foi idealizada por técnicos especializados, só que não contém a alma do povo Lombamaiense. Espero que não vos aconteça o mesmo.
O primeiro elemento a ter em conta é a cor e, de seguida, os outros símbolos que possa ter no seu interior.
As crianças do Porto Formoso, habituadas a conhecer a sua bandeira, respeitá-la-ão quando grandes forem.
As bandeiras são todas iguais, menos a nossa que é diferente de todas.
Normalmente a mediocridade é muito popular. Aguardemos que a vossa bandeira seja popular sem ser medíocre.
Diz o provérbio: “Feio ama, bonito lhe parece”. E por que não subverter este provérbio para:”Bonito ama, lindo lhe parece”?
A ver vamos……
JASRAPOSO disse…
Só para recordar os mais distraídos que o Carlos Galvão é o filho do sr. Luís de Paiva e o Calafão é o nosso conhecido Mário Jorge Garcia.

Como bons filhos do Porto Formoso, não irão cobrar qualquer valor pela sua actuação
deus2deus disse…
O regedor esqueceu-se de dizer que a Junta de Freguesia vai distribuir um kit com uma medalha uma bandeirinha e um panfleto a todas as famílias.

Adeus
deus2deus disse…
O regedor esqueceu-se de dizer que a Junta de Freguesia vai distribuir um kit com uma medalha uma bandeirinha e um panfleto a todas as famílias.

Adeus
Rosalina disse…
Olá Portoformosenses, eu sou a Rosalina, como vamos estar em festa, nada melhor que uma receita, muito boa e simples.Para merendar com chá, à tarde

Queijadas de leite e laranja
2 ovos
300 gr. de açucar
50 gr. de margarina
1\2 l, de leite
sumo e raspa de laranja
canela e açúcar em pó para povilhar
Margarina para untar
Unta-se uma forma que possa ir ao forno com margarina. Batem-se todos os ingredientes, coloca-se na forma leva-se ao forno médio (180 cº)cerca de 40 minutos. Depois de frio, pode ser desformada, ou não povilha-se com açùcar e canela.Pois digam alguma coisa por aqui.que da próxima à mais.
Beij. da Rosalina. Até ao próximo aperitivo
O Regedor disse…
Este blog, mesmo com quatro anos de idade, não me pára de surpreender: lições de história do Porto Formoso, dissertações intelectuais sobre a merda da obra e agora uma blogger que aparece com receitas de culinária!

Fantástico!

Duas idéias aparece assim, de repente: a edição de um livro sobre a história da freguesia e a edição de um livro com receitas típicas do Porto Formoso!

Cumprimentos
Silva disse…
Pois meus amigos, assim vamos ter a nossa festa, (quinhentista)mas não (medeaval), assim espero, assim reza a história. Pois por promessa do nosso Regedor, já feita aqui neste blogs vamos ter, um livro sobre a historia e receitas típicas do Porto Formoso, que espero enriquecer a nossa freguesia. Como atrás já se tinha falado, na guerra da Ladeira da Velha, pois tenho uma pequena duvida em relação ao sitio exacto de tal confronto:.Eu era ainda criança, meus familiares faziam pastorei de animais caprinos, naqueles montes por cima da Ladeira da Velha, denominados Serrado Novo, entre a Ribeira do Limo e a Coroa da Mata, traziam pequenas bolas de chumbo, que apareciam por ali, um pouco maiores do que os berlindes de vidro, diziam ser balas deixadas, ou perdidas por soldados, daquela guerra, que se tinha travado entre a Ribeira do Limo e a Coroa da Mata, da qual ficou conhecida da Ladeira da Velha, pois ainda não tem muitos anos, quando do arroteamento, feito neste local, denominado, Serrado Novo, foi encontrada num vale, muito sinuoso, uma espada, que se supõe ser de um oficial, provavelmente perdida em combate. Pois dai a minha confusão em parte alguma desta tragédia, não mencionaram estes sítios. Pois como aqui, já alguém disse que a historia não tem erros mas sim interpetações provavelmente pode ser este o motivo.
O Regedor disse…
Perguntas difíceis

Ao discutir, hipoteticamente, o que seria melhor para o Porto Formoso, se pertencer ao concelho da Ribeira Grande ou a um futuro concelho da Maia, ouço esta resposta:

"O que foi que já recebemos da Ribeira Grande sem ser uns balneários toscos?"

Outra, acerca dos balneários, que não é pergunta, mas sim afirmação, também me ficou no ouvido. Foi dita com tamanha simplicidade e rapidez que fiquei desarmado.

"O que se pode fazer? O arquitecto enganou-se."

Cumprimentos
Anónimo disse…
TOPONÍMIA DO PORTO FORMOSO
(Recolha feita por alunos do Porto Formoso)

Rua Nova e travessa da Rua Nova:
Antigamente chamava-se Coucinho, mas depois foi aberta uma nova estrada, por isso se deu o nome de Rua Nova.

Rua do Coucinho:
Por agora não existem dados que possam justificar este nome.

Rua da Courela:
Chama-se Courela porque tem um atalho que dá para as terras (normalmente pequenas) que pertencem a vários donos.

Rua dos Calços:
Antigamente os transportes eram feitos com carros de bois e carroças que ao subirem essa rua, que é muito inclinada, necessitavam de calços de madeira para travar as rodas e os animais descansarem.

Rua da Canada Nova:
Chama-se Canada Nova por ter sido a última a ser aberta na Freguesia.

Rua Francisco Raposo:
É uma rua que foi feita nas terras deste senhor.

Rua Dr.Francisco Faria e Maia:
O Dr. Francisco era irmão do sr. Amâncio Faria e Maia, proprietário das plantações de Chá, e em sua homenagem deram o seu nome à esta rua.

Rua das Escolas:
Em 1950 construíram os edifícios escolares, Plano do Centenário, e por isso abriram esta rua.

Canada das Gentes:
Muita” gente” ia lavar roupa para este sítio, daí o seu nome.

Rua Amâncio Machado Faria e Maia (Canada do Mato):
A Canada do Mato tinha este nome porque dava passagem para o mato. O senhor Amâncio tinha prédios nesta zona, como as plantações de chá, pastagens e uma fábrica de espadana. Em sua homenagem ficou o seu nome.

Rêgo D’Água:
Por nesta zona existir um rego de água, ficou com esse nome.

Rua do Jardim (Trincheira):
Chama-se Trincheira porque há muitos anos era muito larga, mas como ficava na beira da rocha, começou a cair e ficou uma rua estreita. Também se diz que tem esse nome porque no tempo da guerra existia aí uma trincheira para os soldados do Forte. Como ficou muito estreita, abriram a Rua Padre João Botelho, criando-se aí um jardim. Tem o nome de Rua do jardim a partir de 1972.

Rua Padre Manuel Tavares Resendes:
Esta rua ficou com este nome porque este senhor foi pároco na Freguesia e por nas suas propriedades se ter construído a Casa da Igreja.

Rua Padre João Botelho do Couto (Ribeira do Lugar):
Antes chamava-se Ribeira do Lugar e depois em homenagem deram-lhe o nome actual, em 1975.

Rua Manuel da Ponte:
Ficou com este nome por ter sido ele quem autorizou que fossem construídas casas e a própria rua.

Rua Nossa Senhora do Carmo:
Mais conhecida por Rua do Cemitério, ficou com este nome por ser a Senhora da Ermida do Cemitério.

Rua José do Canto:
Aqui, foi este senhor que cedeu os seus terrenos para a construção da rua e das casas.No tempo da guerra, as tropas aquartelaram aqui.

Rua do Ramal:
Chama-se Ramal por fazer a ligação entre a Freguesia e a estrada Nacional.

Rebentão:
Por ser uma zona muito subida que faz a ligação com a Ribeira Seca e Moinhos.

Rua da Ribeira Seca:
Tem este nome porque a Ribeira que lá passa só corre quando chove.

Vale Formoso:
Por ser um sítio muito “formoso” e apreciado. Hoje é zona de vereaneio.

Rua dos Moinhos:
Aqui existiam muitos moinhos (chamados de: Os Moinhos da Condessa) movidos a água. A sua praia é considerada das mais lindas da Ilha de São Miguel.
Anónimo disse…
Acontecimento Histórico no Porto Formoso

Às 20 horas do dia 10 de Julho de 1949, rebentavam foguetes assinalando a entrada em serviço do Relógio da Igreja.
Na missa solene, o coro foi dirigido pelo senhor professor Amâncio da Câmara Leite. (natural da Lomba da Maia e professor no Porto Formoso. Foi este professor que criou a Cantina escolar na Freguesia)
O sermão foi pregado pelo senhor Padre Jacinto de Almeida, distinto professor do Seminário da Diocese.

Neste mesmo dia procedeu-se à bênção da imagem de Nossa Senhora do Carmo que em procissão solene rumou para a ermida do cemitério. Acompanhou a procissão a Banda Filarmónica da Maia. No cemitério tomou a palavra o senhor Padre João Botelho do Couto para agradecer ao Governo da Nação, à Câmara Municipal e à Junta de Freguesia.

O Relógio foi construído pela Casa de Almada. O Relógio só dá horas e meias-horas. Tem 60 centímetros de comprimento, 30 de altura e 40 centímetros de fundo. O mostrador tem 1 metro de diâmetro e a corda dá para 8 dias.

A Junta de Freguesia era composta pelos senhores: José Martins Alves, Manuel Henrique Aguiar e Manuel Mariano de Melo Bulhões.
Unknown disse…
Após as comemorações aí no Porto Formoso da apresentação dos Símbolos Heráldicos estão todos convidados a participarem na Semana Cultural e da Juventude nos Fenais da Ajuda

Programa Semana Cultural

Cumprimentos
JASRAPOSO disse…
A Junta de Freguesia irá entregar a cada família o seguinte:

- Uma medalha de bronze com o brasão da freguesia

- Um galhardete com a bandeira da freguesia e

- Um desdobrável com:
Explicação dos Símbolos Heráldicos
- Resumo histórico da freguesia e
- Parecer da Comissão de Heráldica
aguia disse…
Já está confirmado oficialmente que é o João Vieira o candidato do PSD à junta de freguesia do Porto Formoso, enquanto o PS recandidata o actual presidente Emanuel Faria.
É para uma surpresa esta candidatura do PSD
certo disse…
Uma boa alternativa por parte do PSD. O João Carlos aparece como uma pessoa de bem, trabalhadora, organizada, empreendedora e responsável, com algumas provas dadas no empenho a algumas causas da freguesia. Teremos mais disputa política que espero seja produtiva para todos os portoformosenses.

Na Cãmara já se sabe que será o Dr. Ricardo Silva a ganhar, com uma grande maioria de votos dos idosos. E não é que ele soube pensar neste importane grupo social!!!
JAGPacheco disse…
A “Casa da Mosca” poderia literalmente ser uma “Obra”, todos sabemos que a mosca dela se alimenta e nela deposita os ovos. Mas a “Casa da Mosca”, passado tanto tempo, ainda surpreende o (Regedor) seu criador. Por ser uma Casa eclética onde coabitam receitas de culinária, devaneios literários, apontamentos históricos, análises politicas … e muito mais!
Nos últimos tempos o facto deste Blog ter sido palco da causa “SOS Porto Formoso” e os interessantissimos comentários do Prof. Sá Couto deram uma nova dinâmica a esta Casa. Também me surpreende, pela positiva, abrir um jornal e ler na rubrica dedicada á blogosfera uma cópia do Post “Murmúrios... ao longe”, afinal é uma Casa muito digna.
JAGPacheco disse…
Sempre achei que o Porto Formoso tinha uma toponímia muito rica e foi com muito prazer que li este trabalho escolar, apresentado pelo Bloger Sá Couto. A toponímia aponta para o local onde se instalaram os primeiros povoadores, a foz da “Ribeira do Lugar”, lugar de Porto Formoso.
Outrora de curso permanente a Ribeira não resistiu ás transformações dos terrenos a montante. As águas pluviais e os esgotos domésticos de mais de metade do Porto Formoso tornaram-na num esgoto a céu aberto. Mas as suas águas foram preponderantes para a fixação das primeiras habitações, “eram as cafuas e casas colmeiras onde os colonos se abrigavam durante os trabalhos de desbravamento e de queimada da densa vegetação autóctone … sustentando-se da caça (de aves e dos animais domésticos antes libertados) e da pesca.”

O local da Batalha da “Ladeira da Velha” também foi uma questão muito interessante aqui colocada pelo Bloger Silva. O primeiro marco histórico estava colocado nas proximidades do muro branco, caminho da Ladeira. Mais tarde foi erguido um obelisco na Estrada Regional junto á entrada do caminho da Ladeira. E por último foi colocado um penedo, com painel informativo, no miradouro de Santa Iria.
O primeiro marco pela proximidade temporal da sua construção, ao acontecimento histórico, será porventura a localização mais fiável para o auge da batalha. Nesta zona junto ás barrocas do mar no meio das urzes, foram encontrados por um agricultor (a meados do século passado) inúmeras balas e outros despojos da batalha. Posteriormente entregues ao Museu Carlos Machado.
Não se tratando de uma escaramuça ou de um recontro, uma batalha prolonga-se no tempo e no espaço. Provavelmente do Miradouro de Santa Iria (que na época não existia) será onde teremos uma visão mais abrangente do campo de batalha, e não é difícil imaginar os Absolutistas a serem perseguidos até ao mato a que agora chamamos “Serrado Novo”.
JASRAPOSO disse…
A semana passada assisti à última reunião da Assembleia de Freguesia do Porto Formoso. Ironia do destino - Estive no primeiro e no último encontro deste mandato.

Muitas pessoas desconhecem o que se passa na freguesia porque falam vezes sem conta com os colegas de grupo, mas raramente participam nas reunião da Junta ou da A.F.

Nesta situação os factos dão lugar à mentira e, muitas vezes, à calúnia.

Apesar de haver duas forças políticas na A.F. a impressão que registei é que todos trabalharam em conjunto para o benefício da nossa terra.

Àqueles que agora terminam o seu mandato apenas lhes posso dizer o meu muito obrigado pelo tempo dispendido, uma vez que as vossas decisões foram sempre baseadas em objectivos do bem comum.

Como pena minha,e por imperativos legais, já não voto no Porto Formoso. Contudo, não deixei nem deixarei de acompanhar e lutar pelo progresso da nossa terra.
MTF disse…
No dia 10 de Agosto de 1830, partiu de Angra do Heroísmo, 2 navios de guerra, com mais alguns pequenos barcos mercantes, comandava esta força o General, conde de Vila Flor, e foi desembarcar com a tropa no pisqueiro da Àchadinha. Ai trepando pela rocha, quase inacessíveis, os soldados defenderam-se dos defensores, que com pedras, da rocha faziam as rolar de forma, a disputar a subida. no enquanto a vanguarda do pequeno exercito libertador, marchavam para a cidade, e a cerca de 10 Léguas, marchavam um forte destacamento, vindos da Vila da Ribeira Grande, encontraram-se com os invasores, ficou logo ai tomada com a morte do seu Capitão e de alguns soldados, igual sorte teve, outro destacamento, que saiu do Vale das Furnas com cerca de 300 homens. Marchando logo o conde, até ao Porto Formoso, sem inimigo algum, mas foi encontrar uma forte força cerca de 3000 homens com muita artilharia, ocupando as alturas da Ladeira da Velha, em posição formidável, por quanto apoiavam seus flancos no mar, tende de frente sinuosas gròtas, que não se podiam atravessar de forma alguma. Apenas os rebeldes avistaram a vanguarda dos Liberais, rompeu-se um fogo vivíssimo, que lhes foi conrespondido com a fuzilaria e com as peças da artilharia já tomadas aos anteriores derrotados, dado que a sua continuava nos navios, por não poder desembarcar. Bem depressa foram desalojados os rebeldes dos seus postos. Reunida a divisão, mandou o General uma coluna, comandada por ele, a tomar o flaco direito dos inimigos, os quais chamados por eles, muito superiores, que sustentaram, o fogo por muito tempo, enquanto 500 homens vindos de Vila Franca, atacavam a retaguarda dos Liberais, que oportunamente se serrara, uma forte descarga, seguido com o ataque à baioneta, ficando muitos deles mortos no campo. O conde mandou reunir uma nova expedição indo ele em pessoa comandar um ataque, por cima daqueles montes,por cima da Ladeira da Velha, onde os rebeldes abandonaram perdendo toda a artilharia. dos rebeldes foram cerca de 350 mortes e feridos, dos liberais foi muito menos, perderam o valioso Capitão, Borges do 5.º de caçadores, natural desta Ilha de São Miguel, onde chegaram a Ponta Delgada no dia 3 de Setembro do mesmo ano, proclamando a sua vitória.

P.S. Foi este o pequeno resumo extraído dos Anais da Terceira.

A primeira contenda não refere, o local exacto, diz a cerca de 10 léguas da cidade.

Diz que nos montes mais altos da Ladeira da Velha, tinha uma artilharia com cerca de 3000, homens

Diz que ele, conde foi em pessoa, com uma expedição, por cima daqueles montes onde todos os rebeldes fugiram.


Por mim penso que a batalha final foi mesmo naqueles montes subjacentos, à Ladeira da Velha. È só uma opinião minha, o que não acho, menos valido o que outros aqui já disseram
Anónimo disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse…
Senhor Regedor.

Neste momento considero que a Monografia sobre o Porto Formoso deve ser compilada com os textos existentes na Casa da Mosca. Garanto que Gaspar Fructuoso os assinará.

Um relato engraçado, dito por um aluno do Porto Formoso sobre o transporte de favas.

"Há uns anos atrás, as estradas eram muito más e os meios de transporte não abundavam.
No Porto Formoso produziam-se muitas favas e para não as levarem em carroças para Ponta Delgada, para exportação, começaram a vender a um senhor que as guardava.Quando, este senhor, tinha uma boa quantidade de alqueires de favas,levava-as para a cidade.
A partir de determinada altura, eram tantas as favas que os moios de favas passaram a ser armazenados no lugar que é hoje a serragem. Aí permaneciam até que um barco de carga as viesse buscar. O barco de carga ficava ao largo da baía e as favas eram transportadas em pequenos barcos a remos. Fizeram, então, uma calha de madeira que ia do jardim (trincheira) até à praia e, desse modo, as favas desciam e carregavam os pequenos barcos que depois as levavam ao navio,
Funcionava, esta calha, como um plano inclinado. Quem sabe se não seriam instruções de Galileu?
Como Galileu desconhecia o Porto Formoso, obrigatóriamente se tor na dizer que, era a capacidade de desenrasque dos habitantes do Porto Formoso.
Bem-hajam
virafoto disse…
......Eram favas contadas meu Sr.º. Pois ainda hoje, muitos de nós conhecem estas histórias. Pois houve uma destas barcas,(era o nome que lhes davam)que carregou favas no mês de Agosto, levantou-se um forte temporal, pois nunca mais se soube de onde foi parar, julgou-se ter ido em direcção à Terceira. o que é certo é que nunca mais apareceu, constava da tripulação de pai e filho. Quanto à calha , não seria só Galileu, sozinho a ter ideias, pois quando foi da construção daquelas moradias nos banhos da Ladeira da Velha, foi montada umas roldanas, com cabos,"tipo teleférico" e assim transportavam os materiais para os locais de construção, isto na altura causou, grande espanto à população local. Claro está!, desde que o homem inventou a roda, rápido quis por tudo a rolar, (cabeças).

......Quanto à guerra na Ladeira da Velha, já estou como o Regedor, (não bate a bota com a perdigota)isto não foi há muitos séculos, e já muita coisa não bate certo, veja-se as datas:- os primeiros dizem que desembarcaram a 1 de Agosto, de 1831, o ultimo diz que embarcaram de Angra do Heroísmo a 10 de Agosto de 1830, (1831?) e que só ficou, conhecida a vitória a 3 de Setembro do mesmo ano, visto assim ser as datas mais certas? Quem estará errado os Anais da Terceira, ou outros que os trânscreveram?

......Quanto ao ponte de referência que existia antes dos actuais no sitio denominado (Muro Branco) e´o mais fidedigno, fica junto à entrada da canada, que dá acesso aos Banhos da Ladeira da Velha, isto por ser muito provável, ser o primeiro sitio de combate, isto por a primeira linha da frente estar ali, e terem atrás de si a artilharia, naqueles montes, denominados Serrado Novo e Coroa da Mata, visto ser um ponto de grande vista, e estar ao alcanço da artilharia.

......Quanto aos despojos militares encontrados, julgo ser no sitio denominado Falsa, fica mesmo por cima da praia dos moinhos, ai seria um primeiro grupo de embate caso houve-se desembarque.
Bem hajam a todos.
aguia disse…
Depois da oferta do sino da Lombinha da Maia agora é a vez da igreja de S. Brás receber 10.000 euros para a pintura da capela-mor.
É preciso tanto dinheiro para essa pintura?
Falta agora só uma pequena oferta para a igreja do Porto Formoso para que o padre fique debaixo de controle e deixe da apelar ao voto em determinado candidato como vez nas anteriores eleições autárquicas.
A junta do Porto Formoso já o controlado com os lucros da barraquinha a funcionar fim de semana a reverterem a favor da igreja.
Rosalina disse…
Olá minhas amigas, cá está a Rosalina de novo.

Bolo Delicioso de Limão

Misture 4 gemas com 2 chávenas de açúcar
1 pacote de natas
2 chávenas de farinha
1 chávena de leite e raspa de limão grande
Junte 4 claras, batidas em castelo,
Leve ao forno em forma untada com margarina, a (180ºc.) cerca de 40 minutos, vai espetando o palito
Muito fofinho e delicioso

Muito bom com o chá da tarde, que passem bem, para a próxima há mais
Beij. da Rosalina
MTF disse…
Amigo Virafoto, tens razão, o ano é que não está certo é 1831, dai as minhas desculpas aos bons leitores, sempre atentos.
Abraço
O Regedor disse…
Não sendo eu um especialista em artes militares, segundo o que li, parece-me que o local onde ocorreu a batalha terá sido entre a Canada da Lomba e o entrada para o trilho da Ladeira da Velha (na descida onde está o referido muro branco). Aí as tropas de terra estariam em excelente posição, como aqui foi descrito num texto, para atacarem o inimigo invasor. Estariam numa posição de nível superior. O invasor teria de subir a denominada Canada da Lomba e a Falsa e aí estaria bastante desprotegido.

Mesmo assim pederam!

Não será por acaso que este fim-de-semana, em que será hasteada a nossa bandeira, faz 178 que se deu a batalha da Ladeira da Velha.

Cumprimentos
Anónimo disse…
Afinal, a placa com a descrição da Batalha da Ladeira da Velha não desapareceu.
Foi "recolocada" no Miradouro de Santa Iria.
JAGPacheco disse…
Segundo a tradição oral a lenda da “Ladeira da Velha” envolve uma idosa que para evitar o desembarque e consequente invasão de tropas inimigas, fez rolar pedras pela encosta abaixo.
As lendas têm pouco valor científico e mergulham na noite dos tempos. A da Ladeira da Velha, eventualmente remonta a uma data (guerra) muito antiga, 1582, em que as tropas de D. António Prior do Crato combatiam as tropas de Filipe III, para libertar a ilha de S. Miguel da esfera de influência Espanhola.
De facto “ladeira da velha” é um nome muito antigo e lendário e assinalava um local importante, mesmo antes da famosa Batalha de 1831. O mesmo não se poderá dizer do Cerrado Novo, Miradouro de santa Iria ou Estrada Regional do Porto Formoso que na época não existiam.
As tropas Miguelistas (3000 homens) terão ocupado uma linha de cumeeira que se estendeu da Ladeira da Velha ao mato que chamamos Cerrado Novo. Hipoteticamente e de acordo com os achados arqueológicos as tropas Liberais terão forçado a passagem pelos flancos, sendo a luta mais renhida na ladeira da velha.
Não existindo registo cartográfico do local dos “achados” os comentários do Bloger Silva “Grota sinuosa no Serrado Novo” e do Blolger MTF “Terrenos na Falsa na Ladeira da Velha” assumem grande importância para uma localização e investigação posterior.
Depois das “Batalhas” eleitorais que se avizinham. Seria pertinente o Regedor lançar aqui no Blog um desafio. A reconstrução (enquanto alguns ainda se lembram do local exacto) do primeiro “Marco Histórico da Batalha da Ladeira da Velha” que foi destruído não se sabe porquê …
Silva disse…
Esta Casa da Mosca, está imparável, pois o nosso Regedor vem com esta da Canada da Lomba, muito bem pensado, visto esta ter uma saída para o muro branco, este muro era caiado de branco, por algum motivo o era, não deve ter sido por acaso.

Pois de seguida vem o JAGPacheco, com uma historia muito antiga e que em parte me lembro; "A velha ao subir Ladeira da Velha na zona da Falsa, ia junta com o marido, e deparou-se com uma grande quantidade de barris, os quais tinham a inscrição de mel, ela deu uns toques, a ver se estavam cheios, teve como resposta, se já era noite, virou-se ela para o marido, se o mel fala? , ele diz que não, porque dizes isto! porque este aqui bati-lhe e ele falou, disse se já era noite, o marido levantou o barril e dentro estava um soldado, foi então que ela e o marido, deitaram os barris a rolar, pela aquela falsa abaixo, provavelmente havia mais na praia, ao aperceberam-se, tentaram subir na sua direcção, eles como não havia mais barris, então lançaram pedras, e assim dizem terem, ganho a batalha, no lugar do Tomão da Falsa da Ladeira da Velha" penso que não era mais, do que um conto de serões, a fim de ajudar a passar o tempo, nas longas noites de inverno. Pois veja-se a Velha sabia ler? caso raro só Tabelião, e provavelmente eram tão poucos, outros diziam que a Velha era a Maria da Fonte, e que lhe fizeram o hino, da Ladeira da Velha . Pois penso que não era mais do que um conto, para quem contava juntava, mais um ponte, o que é certo nunca vi nada escrito, sobre o assunto. Como já é fim de semana aqui vai os meus parabéns a todos os homanagiados, do Porto Formoso.
Bem haja a todos.
Anónimo disse…
Acontecimentos no Porto Formoso

Os coelhos

Os coelhos pardos foram trazidos para esta Freguesia pelo capitão Rui Gonçalves da Câmara e os coelhos pretos pelo senhor Tomé Vaz Pacheco, morador no Porto Formoso. Os coelhos multiplicaram-se tanto que começaram as destruir as searas. Foi-lhes dado caça com cães e furões. De início eram oferecidos, mas depois começaram a ser vendidos a três por meio vintém.

“Corpo Chão”

Falava-se muito em Gonçalo Afonso Corpo Chão porque nunca ninguém o viu dormir em cama alguma. Era serrador e viveu nesta Freguesia até aos cem anos. A sua cama eram os farelos da serragem. Ali vivia por não ter casa sua.

-Relatos de alunos do Porto Formoso.

Parabéns ao Porto Formoso pela sua Vetusta e bonita idade.
Ad multos annos.
Emanuel Furtado disse…
O grande culpado da multiplicação dos coelhos foi o Fibonacci (Ficou conhecido como Fibonacci, devido ao facto de Fibonacci ser um diminutivo de fillius Bonacci, que queria dizer filho de Bonacci) também conhecido por Leonardo de Pisa, nascido em 1175.
O Regedor disse…
São 500 anos de histórias!

Estes companheiros de blog deixam-nos a todos com sede de saber mais sobre a história do nosso Porto Formoso.

Estou convencido que é inevitável a edição de um livro sobre a história do Porto Formoso.

Haja vontade
Jabf disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Jabf disse…
As histórias que esculpam o passado da freguesia do Porto Formoso, ajudam a definir e a compreender o porquê desta freguesia conseguir manter toda a sua "juventude", apesar dos seus 500 anos.
Uma freguesia que ao longo da sua existência ( embora, sem a capacidade para pensar...lembrando R. Decarts) manteve sempre a sua identidade própria, mesmo que essa fosse pouca ou muita.
Hoje, como quem diz actualmente, há uma bandeira prestes a nascer, vinda de uma gestação longa, que nada tem a ver com meses, mas sim com centenas de anos. Com tanto tempo para preparar esse nascimento, acredito que virá ao mundo com muita "saúde", e ao invès de ser o choro o sinal de vida, de certeza que haverá lágrimas nas zonas mais recôndidas dos olhos, naquelas pessoas que tanto ansiaram por esse momento.
No futuro, a freguesia do Porto Formoso passará a ser reconhecida pela substância simbólica da sua bandeira e nunca por um porto de pescas formoso, que, num sopro do tempo, desapareceu como uma folha rasgada de um livro, que perde das suas páginas uma das passagens mais autênticas da sua história.


Um abraço
JASRAPOSO disse…
Um artigo muito interessante

Ricardo Reis, professor na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, doutorado em Economia pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, realizou um estudo sobre o consumo público em Portugal desde 1985, que apresenta resultados surpreendentes face ao ambiente de intoxicação que se vive na sociedade portuguesa por acção dos partidos da Oposição.


Por exemplo, o referido estudo demonstra, sem ambiguidades, que quando o PSD está no poder as despesas do Estado crescem mais do que quando o PS está no Governo. O jornal ‘i’, que publicou esse trabalho, diz que "o maior aumento de despesa veio durante os governos de Durão Barroso e Santana Lopes. Segue-se o governo de Cavaco Silva. Curiosamente, o governo de José Sócrates e Teixeira dos Santos foi, desde 1985, o único que reduziu a despesa pública. Ferreira Leite, ministra de Estado e das Finanças de Durão Barroso, está no ‘top’ dos governos mais despesistas.

Outro dado curioso é a constatação de que os governos de maioria absoluta gastam menos do que os governos minoritários. Eis como um investigador destacado e de méritos reconhecidos a nível mundial pôs tudo claro a respeito dos procedimentos governamentais em Portugal. Outro dado curioso, e que refiro também a título de exemplo, é a circunstância de outro Ricardo, Ricardo Salgado, um banqueiro de créditos firmados, ter vindo a público chamar à atenção para a importância do TGV e do novo aeroporto para a economia nacional, defendendo, como Sócrates, uma política de modernização do País.

São dois exemplos paradigmáticos das políticas correctas adoptadas pelo Governo, ao reformar estruturas anquilosadas, ao revolucionar o Ensino, ao avançar com o desenvolvimento da Ciência e das Novas Tecnologias e, simultaneamente, ao promover o crescimento dos benefícios sociais. Em Setembro, os portugueses vão a votos para escolher o próximo Governo. Era bom que esse acto fosse o resultado de uma reflexão por cima da algazarra dos partidos da má-língua e da desinformação. António Capucho, numa entrevista nesta semana, perguntava "Entre Sócrates e Ferreira Leite, a quem entregaríamos as nossas poupanças?".

A resposta é simples, meu caro António Capucho: obviamente, a Sócrates. Manuela Ferreira Leite parece não ter projecto nem saber que soluções adoptar para o nosso país. Claro, para a Câmara de Cascais também não teria dúvidas. Escolhê-lo-ia a si, António Capucho, para continuar na presidência da Câmara, onde tem feito grande obra e reposto o prestígio perdido dessa bela localidade.

Emídio Rangel, Jornalista
Anónimo disse…
A 12 de Julho o edifício da Reitoria da Universidade dos Açores é varrido completamente por um aparatoso incêndio, tendo-se perdido um espólio de documentação irrecuperável. Decorridos 14 anos é recuperado com a sua traça original. Era a residência do segundo visconde de Porto Formoso. Jacinto Fernando Gil construiu-a em 1892/1895. O seu pai era do norte do país, um comerciante dedicado à importação e exportação que casou nos Açores, enriqueceu e comprou o titulo.

De acordo com os dados históricos de Nestor de Sousa
virafoto disse…
Que se passa meu Sr.º qual tão grandiosa festa, não fez noticia? nem em roda pé, eu dar por isso, para alem da actuação do grupo, Foclórico do Porto Formoso, na freguesia da Relva, 500 anos nem um registo na comunicação social! meu caro amigo Regedor algo vai mal na nossa freguesia do Porto Formoso. temos que investigar o que se passou.
Abraço amigo.
aguia disse…
O Regedor deve estar de férias e por isso as notícias são escassas. Espero que o Luís Furtado tenha feita uma boa cobertura fotográfica para vermos como tudo se passou.
Além dessa reportagem seria também conveniente que o Regedor informasse o programa do festival de folcolórico que vai ter lugar no próximo fim de semana.
É só exigir!!!
Anónimo disse…
Parabéns Porto Formoso

Em dia de aniversário passei o dia na maravilhosa Praia dos Moinhos.
No regresso pude apreciar a Bandeira hasteada. (não muito bem, porque não havia vento suficiente para a desfraldar)
Gostei do amarelo ouro, do branco prata e dos elementos que a constituem: o castelo, o milho e o peixe. Também gostaria de ter nela visto o trigo representado. O Porto Formoso, julgo eu, era o celeiro desta zona oriental.

Parabéns aos autores da proposta dos símbolos. Tiveram muito mais sorte que os Lombamaienses.
Parabéns à Assembleia de Freguesia e à Junta de Freguesia, ou seja, a todo o Povo da Freguesia.
Lamento não ter “ouviste” o Gaspar Frutuoso cá do sítio (Daniel de Sá) nas explicações dos significados dos símbolos.
Bem-hajam
Anónimo disse…
Lindo dia para ser vivido na Praia dos Moinhos. Aproveitei para saber mais sobre aquela zona da Freguesia e em conversa amena, com “gentes dos Moinhos”, aprendi coisas bonitas que passo a transcrever:
"Existia na praia (abaixo das casas novas construídas) uma trincheira do senhor Dinis Caroucho, emigrado na Califórnia. Na trincheira havia uma latada de vinha que, não raras vezes, era assaltada. Era uma latada muito bem trabalhada, com os seus combros de canas amarradas.
A praia, nos anos cinquenta, era frequentada por vacas que iam ao salgado(para não fazerem “a muda”), por muitas cabras(como ainda nos nossos dias o fazem na praia do porto dos barcos) e, por porcos doentes que aí se regeneravam.
As mulheres dos Moinhos (e eram muitas) pelas sete da manhã iam tomar o seu banho no canto do Moinho vestidas com os seus saiotes que ao entrarem na água enchiam de ar e faziam um balão. Estes banhos destinavam-se a tratar o reumático, as varizes e os maus-olhados.
As mulheres iam lavar roupa para o tanque, construído em 1948, e punham a roupa branca a “ corar na entrada da praia. Neste local onde hoje se encontra a monumental escadaria de acesso à praia, existia um largo de erva e cascalho e era aí que se estendia a roupa. A água da levada jorrava de uma cascata. Nos dias de maré vazia, as mulheres aproveitavam para ir às lapas e, “nuns instantes”, enchiam o seu avental, fazendo dele um regaço.
Também era aqui que se colocavam a secar, em capachos e mantas, o trigo, o milho e o feijão. Era uma alegria e os cantares competiam com o marulhar do mar.
O Moinho (actualmente convertido num excelente bar) era propriedade do senhor Herculano Botelho e sua senhora Dona Luísa.
"Parece" que a primeira pessoa que acampou no Canto do Moinho foi o senhor Hermano Mota com a sua esposa Margarida. Era bonito ver a Dona Berta da Gorreana ir levar o almoço ao acampamento. A Dona Berta fazia-se acompanhar pelos seus criados fardados que transportavam as deliciosas merendas. Como era seu hábito, a Dona Berta trazia sempre consigo , e pelo cordão, o seu macaquinho de estimação. Este macaquinho era a atracção, não só das crianças, como dos adultos.
Mais tarde o senhor Hermano Mota comprou a casa em frente ao tanque de lavar, passando aí parte do verão com a família, sendo sua empregada estimada, a senhora Inês Cabral. Esta senhora nasceu nesta casa, nela viveu a sua infância e, bem se pode dizer que é filha da Praia dos Moinhos.
A Família Faria e Maia construiu um Chalé, o qual hoje é a esplanada do Bar dos Moinhos; de seguida foi levantada uma casa de madeira e costaneiras por pessoas da Lomba da Maia, (António Guilherme Pimentel à cabeça, o mesmo que mandou construir os “saudosos” balneários que existiam) numa ladeira do canto do Moinho que é hoje a linda casa da senhora Mercês.
No fontanário existente na entrada da praia corria água mineral, que vinha em tubos da nascente da água da Senhora da Graça. Era conhecida como a água das Pachecas.
No Tomão havia um marco no “Muro Branco” (igual ao que se encontra na saída da Ladeira da Velha). Esta zona era uma grota funda para onde corria muita água. O senhor João Furtado adquiriu este terreno e nele foi construída uma lixeira. O “Muro Branco” avançou para a estrada, mas posteriormente recuou para o sítio original.
Na ribeira dos Moinhos as mulheres lavavam as tripas do porco e eram surpreendidas com trutas que saltavam. Existia um viveiro de trutas no Espigão e era daí que muitas provinham quando saíam dos viveiros.
O Império nos Moinhos festejava-se uma vez na Ribeira Seca, outra vez nos Moinhos, consoante as sortes. O Império (a coroa e a bandeira) consistia numa casinha de madeira, quer na Ribeira Seca, quer nos Moinhos.
Na Quarta-Feira da Senhora da Graça, as gentes do Porto Formoso vinham em grandes grupos, cantando e dançando, enterrar os ossos na Praia. Era um dia de festa. Quase ninguém sabia nadar, mas as cantorias e os jogos tradicionais eram o suficiente para a folia.
Esta tradição desapareceu, não se sabendo bem porquê porém, mantém-se nas Freguesias vizinhas.
Filipe Tavares disse…
Lindo e Curioso!!!
aguia disse…
O Partido Socialista vai apresentar todos os seus candidatos no Teatro Ribeiragrandense no proximo dia 8 à noite.O PSD tem nas suas listas o David Mendonça na lista da Câmara e o José Eduardo Cabral na da Assembleia Municipal. Ambos figuram como prováveis suplentes.
manuel disse…
Caro Regedor,
Pelo que eu sei já lhe foi enviado o programa do Festival de Folclore que se irá realizar no dia 8 de Agosto.
Favor colocar no Blog, é que depois falam em falta de divulgação....
Adeus.
Silva disse…
Mais um comentário do nosso amigo já conhecido Srº. Sá Couto, que em grande parte, não consta a realidade das coisas. O que me leva a querer, quem lhe contou estas historias não nasceu e não criou-se nesta zona, dos moinhos, mas sim provavelmente, ai resida e tenha a maior estima, dos naturais e já tenha ouvido, muitos contos e depois é fácil acrescentar um ponte.


I - Na esquina da casa à esquerda quem sobe para a Ladeira da velha, havia ai um fontenàrio publico, que corria agua, um pouco ferra, que vinha canalizada de um sitio denominado Bajana, de onde havia uma outra nascente de agua férrea no sitio, do chá das "Pachêcas" e que em 1959,deu lugar ao novo fontenário, que mais tarde foi removido para perto da àgua da Srª. da Graça.
A agua da Srª. da Graça, que fica na Grota do Mel nunca correu, para a já citada fonte, mas sim foi engarrafada e comercealizada até ao século passado anos 50, deixou por em determinadas alturas do ano alterava-se. Ponde fim à sua comercialização. Continua ainda hoje a quem queira saborear seu paladar.


II-Quanto ao muro denominado "Branco" que eu saiba não é do tempo do Srº. João Furtado e não sei se do tempo do avô, pois de branco só era o nome, e nada ter a ver com o prédio sua propriedade em causa, visto dizerem ter uma grota muito funda e que corria muita água, provavelmente a drenagem pluvial da parte de cima da Ladeira da Velha, ter resultado no desaparecimento do tal muro Branco por eurosão do terreno, pois provavelmente,mais tarde, foi recomposto deixando de ser branco e só ter o nome. Pois tal grota não era pertença do Srº. João Furtado, mas sim do proprietário lado norte. Aqui é que está a "trica" "lixeira" que eu saiba, não é proibido receber entulho logo que para o eifeito se tenha licença da Camara, outros é que não entenderam e puseram tudo o que não lhes convinham, "próprio do nosso bom povo" que ainda hoje com mais de 2 metros, tentam lançar lixo.


III- Quanto às festas do Espírito Santo, é verdades que só se fazia, nos Moinhos ou na Ribeira Seca, conforme a sorte ditava, mas nunca na zona do Vale Formoso, se tal sorte sai-se, tinha de o ir fazer ou ao Moinho ou à Ribeira Seca, era uma zona muito bairrista, em 1954,estava dificil tirarem as sortes todas, algeum que era do Vale Formoso, disse eu tire, se me garantirem, caso saia a sétima Dominga esta irá ser feito o Império no Vale Formoso, os mordomos garantiram que sim, por sorte, veio a acontecer todos os mordomes não concordaram, pois no ano seguinte foi feita no citado sitio, os mordomos não compareceram só nas alturas da arrematação alguns apareceram com o intuito de ajudaram, foi lhes dito que não, mas sim quando todas as despezas, fossem pagas, assim lhes entregavam, o que resta-se, e assim foi feito. Passados cerca de 25 anos voltou a ser definitivo no Vale Formoso, por no lado dos Moinhos já serem poucos , por muitos dos Srºs banhistas se achavam incomodados, com o invento. E assim são as "tricas" daquele Império que duram até hoje, com os da Ribeira Seca a não ficaram satisfeitos com a posição definitiva o que ate se diga com alguma razão.


Quanto às trutas, não dou fé de haver algum viveiro no Espigão, mas sim todos os anos, a Florestal lança lá em cima trutas para a pesca, visto constar como zona de pesca desportiva, como o caudal actualmente é menor, dai não chegarem aos ditos lavadouros, mas que elas lá estão, isso estão
Gostei muito da apresentação da nossa bandeira. É muito bonita.
Não sou muito adepto de discursos mas o discurso do presidente da assembleia foi o melhor de todos. mandou umas vergas no presidente da câmara. E ele nem disse nada. Enfiou o barrete como um lindo.
Pois é sr. aguia o PSD tem pessoal do porto Formoso nas suas listas e o PS? Nem ve-los.
Pelos vistos na opinião de alguns o PS não tem ninguem descreto no Porto formoso para fazer parte das listas para a Assembleia municipal e para a camara.
Isto é vai uma crise!
aguia disse…
O Porto Formoso vai indicar um membro para a Camara Municipal. Para fazer a triste figura que os eleitos no actual mandato fizeram melhor seria terem ficado em casa.
aguia disse…
O Porto Formoso vai indicar um membro para a Camara Municipal. Para fazer a triste figura que os eleitos no actual mandato fizeram melhor seria terem ficado em casa.
Anónimo disse…
Amigo Silva
Admito, e referi isso,que o relato que transcrevi possa ter incorrecções. Percebi que a zona do "Muro Branco" era hoje propriedade do senhor João Furtado.
Anotei o que ouvi, mas posso não ter transmitido o que, na realidade, me foi dito.
Em relação à pessoa que me contou o que escrevi, isso é diferente.
É nascida e natural dos Moinhos.
Pode não ter dito correctamente alguma coisa, mas fê-lo com seriedade e julgando ser verdade o que verdade lhe parecia ser.
Abraço amigo.
Silva disse…
Pois amigo Sr.º Sá Couto, estou convicto de que, transmitiu na integra, tudo o que lhe disseram, isto por aos olhos de muitos o terreno em causa é pertença do Sr.º João Furtado, realmente grande parte o é, mas a parte onde continha o muro denominado, Branco, não! e ainda hoje, continua a não ser. Quanto a quem lhe informou ser natural nascido e criado, provavelmente seja, e acredito que tenha feito com seriedade, mas não deve ter idade suficiente, para contar os factos em parte narrados por ele, por já terem muitos anos, o que provavelmente deve ter ouvido falar, e então ter uma pequena vaga, na memoria destas historias. Pois hoje, teria que ter mais de 60 anos, embora ainda exista uma ou duas pessoas com pouco mais, que julgo serem fontes credíveis.
Sem mais, um abraço amigo.
Anónimo disse…
Um peixe desconhecido

"Na era de 1536 ou 1537 entre o Porto Formoso e a Maia, na ponta de São Braz, pesqueiro do Demo, assim chamado por ser muito ruim e perto de um penedo, saiu um peixe muito estranho.
Não era baleia e não tinha osso nem espinhas. Media 42 côvados de comprido e 20 de largura; 15 palmos de alto e 25 da ponta da boca até à guelra. Disseram que se ele abrisse a boca, podia entrar uma junta de bois com o carro.
Quando a maré vazou, ataram-no com cordas pelo rabo e pela cabeça para que o mar não o levasse. Entre o rabo e a cabeça tinha “ondas”, como se fossem escadas, por onde os homens subiam.
O primeiro a meter o machado nele foi Afonso Peres, morador na Maia.
Saiu tanto azeite que logo se coalhou ao entrar na água, parecendo branco como manteiga.
Cortaram o peixe e derreteram-no em fogueiras que ali fizeram. Tiraram tanto azeite que deu para alimentar todas as candeias da freguesia. Algumas pessoas usaram-no como “mezinha” para a sarna e para tratamento dos animais.”

Relato de um aluno do Porto Formoso
Anónimo disse…
Estórias de encantar.

A Pesca à baleia.

No pico de São Braz havia uma vigia da baleia. Quando avistavam baleias faziam uma fogueira para avisar os baleeiros.
Saíam nas suas canoas com os seus harpões.
Quando regressavam ao porto colocavam-nas no "forte" para serem derretidas.
Muitas das pessoas que faziam a baleação eram de Cabo Verde.
Ainda hoje existem muitas pessoas do Porto Formoso que descendem de caboverdianos.

-Um aluno do Porto Formoso.

P.S.
Quando terminar estas estórias, terei todo o prazer em identificar estes alunos.
Podem não dizer a verdade da história, mas as estórias que nos contam, não só nos encantam, como também nos deliciam.
É o amor à terra.
Anónimo disse…
"Quanto à data em que se estabeleceram, estamos em crer que em 1509, Pedro Vaz Pacheco, escudeiro, em seu testamento de 2 de Jumho de 1509, manda fazer na Igreja do Porto Formoso a capela do Bom Jesus com crucifixo e retábulo.
Gaspar Frutuoso diz-nos que neste lugar moravam os "Pachecos", nobre e antiga geração.
Junto ao mar tinha a ponte do Porto Formoso, ou de Pero Váz, que ali morou, onde António Brum tinha algumas terras.
Há um lugar que se chama de Ribeira Seca, que foi de um homem, chamado,Martins Vaz. Aí existem três ilhéus. Muito perto encontramos a Ribeira do Limo, assim chamada por criar muitos limos. Neste local havia um moinho que se ocupava de moer o trigo dos moradores da zona."

-Um aluno do Porto Formoso
Anónimo disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse…
Mais elementos para a Monografia do Porto Formoso

Vigário da Bretanha.

Nos primórdios da freguesia do Porto Formoso houve uma figura importante, assim contada na crónica de Frei Agostinho de Montalverne.
Seu discípulo Manuel Pacheco de Brum, natural do Porto Formoso, abandonou as riquezas deste mundo e vestiu a "roupeta" de sacerdote a 31 de Outubro de 1629, passando a chamar-se Manuel do Espírito Santo.
Chegado de Angra do Heroísmo e após ter sido ordenado de roupa disse a sua "Missa Nova" na nossa freguesia.
Embarcou para Lisboa e de lá voltou como vigário da Bretanha, onde exerceu o seu "múnus" e, aí veio a morrer.

-De outro aluno do Porto Formoso
Anónimo disse…
Caro Regedor.
Aqui vai mais um contributo para a Monografia do Porto Formoso. Desta vez de Gaspar Frutuoso.
Vai por partes
I
DOS DOIS CAPITÃES PRIMEIROS QUE FORAM DAS DUAS ILHAS DE SANTA MARIA E
DE SÃO MIGUEL, E DA PROGÉNIA DOS VELHOS, DONDE ELES DESCENDEM, E OS
DESTAS DUAS ILHAS QUE DELES PROCEDEM

“e outra filha se chamava Briolanja Cabral, que foi casada com Belchior Dias, morador que foi em Porto Formoso, do qual houve filhos”


DOS COSTAS, ARRUDAS, FAVELAS, MOTAS E PORTOS, LIADOS COM OS BOTELHOS

“E, falecido Manuel Lopes, casou Clara da Fonseca com António Pacheco, fidalgo,
cidadão de Vila Franca, filho de Mateus Vaz Pacheco, de Porto Formoso, de que houve alguns
filhos.”


DA PROGÉNIA DOS PACHECOS, QUE VIERAM A ESTA ILHA DE S. MIGUEL NO TEMPO
DE RUI GONÇALVES DA CÂMARA, TERCEIRO CAPITÃO DELA E PRIMEIRO DO NOME
“Antes da subversão de Vila Franca, houve um Tomé Vaz Pacheco, desta progénia dos
Pachecos, homem rico e de muita autoridade, morador entre o lugar do Porto Formoso e a
Maia, termos da Vila Franca, o qual, mandando lavrar suas terras, que ali tinha, um dos bois,
que lavrava, lançou a língua fora com a arreigada, e logo acabando de dar dois ou três regos,
acabou de morrer; e vendo este acontecimento, por a todos ser coisa nova, o dito Tomé Vaz,
em um alto outeiro ali pegado, mandou edificar uma ermida à honra de S. Braz, que foi depois
de muita romagem, por se fazerem nela muitos milagres, onde ainda vão devotos doentes da
garganta e de tosse, e se acham sãos. Este Tomé Vaz Pacheco teve um filho chamado Manuel
Vaz Pacheco, genro que foi de Jácome Dias Correia, como direi na geração de Rui Vaz do
Trato. Era este Tomé Vaz Pacheco, filho de Pero Vaz Pacheco, que veio casado de Portugal e
morou em Vila Franca do Campo, onde teve quatro filhos. O primeiro, este Tomé Vaz, que
tenho dito, o qual foi casado com uma filha de Afonso Lourenço, pai de Domingos Afonso, de
Rosto de Cão, e de João Lourenço Tição, e morreu no dilúvio de Vila Franca com sua mulher e
filhos, por morar então lá, ainda que tinha sua fazenda em Porto Formoso. O segundo filho de
Pero Vaz se chamou Pero Vaz; casou com uma irmã de Estêvão Álvares de Resende, da
cidade da Ponta Delgada, viveu muito rico e abastado, e era sua toda a ponta da terra do Porto
Formoso, que agora é de António de Brum da Silveira.”

“Como tenho dito, foi Fernão Vaz homem
rico e morador em Porto Formoso, onde tinha sua fazenda.”

“E por desgostos que tiveram o dito Pero da Ponte e seu cunhado Custódio Pacheco, soccedeu o dito Custódio Pacheco ferir ao cunhado Pero da Ponte, que faleceu das feridas no dito lugar do
Porto Formoso, onde se dizem algumas capelas obrigatórias, que Mateus Vaz e Tomé Vaz e
seus irmãos deixaram.
A nobreza dos Pachecos é mui antiga e dizem ser das quatro mais antigas de Portugal, e
segundo parece de um papel impresso que anda das armas das gerações de Portugal, já do
tempo de César era esta gente nobre, porque em uma das trovas diz:
“Pachecos de tal ventura
Em soster, e ter segura
Sua nobreza, e crescendo,
Que em tempo de César sendo,
Ainda lhe agora dura”.


DOS GAGOS, BOCARROS E RAPOSOS, QUE VIERAM POVOAR ESTA ILHA NO TEMPO
DE RUI GONÇALVES DA CÂMARA, TERCEIRO CAPITÃO DELA, E PRIMEIRO DO NOME

“A terceira, Breatiz Roiz da Costa, casou com Fernão Correa de Sousa, viúvo, fidalgo da
geração dos Correas de Portugal, que veio da ilha da Madeira, de que houve uma filha,
chamada Branca Correa, que faleceu solteira; o qual Fernão Correa se foi desta ilha em um
navio muito grande, que aqui fez no lugar de Porto Formoso, e se perdeu na ilha da Madeira,
com o qual desgosto se foi para as Índias de Castela, e nunca mais houve novas dele.”
Anónimo disse…
II Parte
DOS FURTADOS E CORREIAS, NOBRES FIDALGOS, TAMBÉM POVOADORES
ANTIGOS DESTA ILHA DE S. MIGUEL
“Das filhas, a mais velha, chamada Jordoa Botelha, foi casada com Custódio Pacheco, de
Porto Formoso, filho de Mateus Vaz Pacheco, que faleceu na guerra de África, servindo a seu
Rei, de que ficaram alguns filhos.”

DOS FURTADOS E CORREIAS, NOBRES FIDALGOS, TAMBÉM POVOADORES
ANTIGOS DESTA ILHA DE S. MIGUEL
“Pero da Ponte, foi casado em Porto Formoso com Maria Pacheca, filha de Mateus Vaz Pacheco, viúva, mulher que fora de Belchior da Costa, sem lhe ficar dele filho; o segundo, Martim Anes de Sousa, que, solteiro, grangeia a fazenda da mãe, muito valente homem de sua pessoa, como mostrou quando pelejou na armada de Portugal contra os corsários, junto desta ilha”

DOS FURTADOS E CORREIAS, NOBRES FIDALGOS, TAMBÉM POVOADORES
ANTIGOS DESTA ILHA DE S. MIGUEL

“Este Fernão Correa de Sousa fez um grande navio latino, dos maiores que se fizeram nesta
ilha, em Porto Formoso, o qual foi lançado ao mar com muita festa e grandes banquetes, como
ele costumava fazer com sua liberal condição; e com este gosto fez a primeira viagem para
Lisboa e de lá para a ilha da Madeira, donde ele era natural. Saindo em terra, foi recebido com
muita honra de seus parentes e amigos, com os quais estando jantando, alevantou-se uma
grande tormenta, que deu com o navio à costa e o fez em pedaços, sem nada se salvar.”


DOS COSTAS DESTA ILHA DE S. MIGUEL QUE POVOARAM NA MAIA E BANDA DO
NORTE
“Inês de Albernaz, fidalga, filha de João de Albernaz, da qual houve um filho, chamado Diogo
Fernandes Homem, que casou duas vezes, uma com uma filha de Simão Lopes , da Maia,
da qual houve alguns filhos; e outra vez com uma filha de Gonçalo Dias, de Porto
Formoso, de que também houve alguns filhos.”

DOS ALBERNAZES E DOS MONTES, PEREIRAS E MENDES, E DE OUTROS APELIDOS
DE GENTE NOBRE QUE VEIO A ESTA ILHA, NO TEMPO ANTIGO, E DE SEUS
SUCESSORES QUE AGORA MORAM NELA

“Gil Afonso Faneca, morador na Lagoa (que foi o que, pelo rasto, buscou um homiziado que se lhe escondeu, vindo do Nordeste e meteu a nado em um ilhéu que está entre a Ribeira Grande e Porto Formoso), e Filipa Rodrigues, mãe de João Alvres Examinado, homem principal, discreto e rico, morador na Alagoa (de que procedem os Examinados), e Catarina Rodrigues, que não casou.”

DA FIGURA, QUE SE IMAGINA TER A ILHA DE SÃO MIGUEL, DO GIGANTE
ALMOUROL, QUE ALGUNS FINGIRAM SER GUARDA DE UMA DONZELA, CHAMADA
MIRAGUARDA, NAQUELE CASTELO, ASSIM CHAMADO ALMOUROL DO SEU NOME QUE
DIZIAM SER SEU; EM QUE SE DESCREVE TODA A SUA COSTA MARÍTIMA E A FIGURA
DELA, A MODO DESTE GlGANTE, DEITADO ALI NO MAR, COM AS POVOAÇÕES, CABOS
E ENSEADAS QUE AO LONGO DELA CORREM COMO MEMBROS E PARTE DE SEU
CORPO.
“Já que Frei Gonçalo Velho, comentou:
além dos cotovelos, Porto Formoso e o lugar de S. Lázaro são suas ulnas ou seus braços, cujo fim, encolhido para dentro, são os portos de Santa Iria e de Vale de Cabaços, onde saem para fora suas forçosas mãos”

“Tem esta vila, sobmetidas à sua jurdição nove aldeias, sc., da banda do norte, cinco,
Achada Grande, Achadinha, Fenais da Maia (256), Porto Formoso; da banda do sul, quatro, sc.,
Faial, Povoação Velha, Ponta da Garça, São Lázaro; quase todas com seus juízes pedâneos,
de jurdição de cento até trezentos reis, e com seus escrivães e alcaides”
Anónimo disse…
III Parte
“Adiante está a ponta do Porto Formoso ou de Pero Vaz, que ali
morou, onde António de Brum tem algumas terras, com que se acaba de fazer a baía, atrás dita, do dito porto que era o melhor de toda a ilha. Logo em espaço de um tiro de mosquete,está uma ribeira seca, que foi de um homem chamado Mateus Vaz; e, um tiro de arcabuz mais avante, está um ilhéu pequeno, em que (sendo dantes cercado de mar) esteve escondido um
homem homiziado, por morte doutro, alguns meses, e um Gil Afonso, que rastejava os homens pelo faro, o foi buscar à vila do Nordeste. Fugindo-lhe o homiziado dela, se escondeu neste ilhéu; e tornando o Gil Afonso pelo faro até ali, o perdeu, sem atinar mais com ele, não suspeitando que Ihe ficasse no ilhéu, em que o outro se meteu a nado, por estar cercado de
água. Mas agora, com areia que depois correu, está em seco e já tem entrada pela banda da terra, fazendo-se adiante uma grande ponta ao mar, com três ilhéus pequenos no cabo, que por isso se chama a ponta dos Ilhéus ou dos llhéus da Ladeira da Velha, ali perto, que foram de Mateus Vaz; e quase nela está a ribeira do Limo, dita assim por criar nas suas águas muitos limos, onde há um moinho em que moem os moradores do lugar de Porto Formoso. Estava
abaixo do caminho uma fonte, que parecia de vinagre temperado com água, a qual se cobriu com terra que quebrou e correu da serra no tempo do segundo terremoto que aconteceu nesta ilha. Logo perto está uma grota e ribeira pequena, chamada a grota do Mel, por quebrar nela um quarto de mel, em um carro em que ia; e desta ribeira do Mel até a Gorriana, que atrás fica dita, é a freguesia do lugar de Porto Formoso, termo de Vila Franca do Campo; da qual ribeira para o ponente se começa o termo da vila da Ribeira Grande e vai subindo para cima a grande
Ladeira da Velha, chamada assim (segundo alguns) porque é tão comprida e íngreme que, se
alguma velha a subia ou descia, fazia muitos pousos. Mas outros afirmam ter este nome,porque no tempo antigo morou ali uma velha, viúva, a qual vendeu depois aquela fazenda,ficando à velha o nome dela sem a propriedade. Logo está uma pequena ponta, chamada de
Santiago, e a grota do Sombreiro, porque o vento levou um dia um sombreiro da cabeça a uma
mulher que por ali passava, ou porque faz um salto junto do mar, como sombreiro; pegado com esta grota, está a fajã do Bulhão, que dá muito trigo e algum pastel, chamada do Bulhão por ser de um homem deste nome; e vai continuando uma baía com a fajã de Mateus Vaz, em que estão as fresquíssimas, claras e doces fontes do calhau do Ferreiro, em que se fazem ricas pescarias.”

SAUDADES DA TERRA Livro Quarto
“que depois foi vigairo do Faial; o nono, Jorge Fernandes, o
Damão, que depois foi beneficiado em Porto Formoso;”


“por causa da grande espessura do arvoredo daquele mato; e por aquela alagoa ser muito sombria e obscura com as muitas árvores que a cobriam, e o mesmo mato obscuro com a espessura delas, se chamou aquela serra e cumieira (que está direito de Vila Franca da parte do sul, e do Porto Formoso da do norte) Monte Obscuro.”

“Os coelhos pardos, que mandou trazer o Capitão Rui Gonçalves da Câmara, primeiro do nome, e os pretos que fez vir a esta ilha Tomé Vaz Pacheco, morador que foi em Porto Formoso, multiplicaram tanto, que destruíram as searas; dos quais tomavam e tomam grande
número os caçadores, com cães e furão, e com candeio e fios, pelo que valiam no princípio quase de graça e depois vieram a valer três por meio vintém, e pelo tempo adiante dois; e depois três por um vintém, até que chegaram a dez e a vinte réis cada um, e agora
comummente os dão a este preço e a mais.”
Anónimo disse…
IV Parte

“Um Pedro Afonso, da Barba, porque a tinha muito comprida, faleceu de cento e vinte anos;e um chamado Lopo, de cem anos, segava ainda no verão; e um Fernão Roiz Culão, serrador,passava de cem anos e serrou o dia que faleceu, sendo tão velho; e um Gonçalo Afonso,
Corpo-chão, porque ninguém o viu dormir em cama, serrador e morador em Porto Formoso,viveu perto de cem anos, o qual, serrando, fazia a cama nos farelos e ali dormia e pousava,porque não tinha outra casa. E uma Branca Roiz faleceu de mais de cem anos, na vila da
Ribeira Grande.

“Na era de mil e quinhentos e trinta e seis ou sete anos entre Porto Formoso e a Maia, na ponta de São Brás, no pesqueiro do Demo, chamado assim por ser ruim e trabalhoso, em uma angrada de calhau saiu um peixe que não era baleia, sem osso nem espinha, de quarenta e dois côvados em comprido e oito de largo, de quinze palmos de alto, e da ponta da boca até a da guelra tinha vinte e cinco palmos; o que vendo alguns homens disseram que, se abrira a boca, bem pudera caber e entrar por ela uma junta de bois com seu carro. Achando-se ali com
a maré vazia, em tempo de grande tormenta, o ataram com cordas pelo rabo e cabeça, porque o mar o não levasse quando enchesse. Tinha da cabeça até ao rabo cintas pela banda de cima, por onde subiram os homens a ele, como sobem pelas cintas a um navio. No primeiro
dia, andaram cem homens cortando nele com machados; no segundo, cento e cinquenta, e todos cortavam juntamente, uns de uma banda, outros da outra, e outros em cima, sem um estorvar a outro. O primeiro que meteu o machado nele foi um Afonso Pires, morador na Maia, o qual o arrombou pelo arcabouço, e deitou pela ilharga tanto azeite claro, que bem pudera
encher duas ou três pipas, que logo se coalhou, entrando na água, donde depois o tiravam com cestos e joeiras, pelas quais escoando-se a água, ficava o azeite branco e coalhado como manteiga.
Cortando todos e derretendo em fogueiras que ali fizeram tiraram muito azeite, o qual, além de aproveitar para a candeia, aproveitou depois de mezinha para sarna e matadura de bestas e cangueira de bois, e para frialdade, untando-se com ele. Como disse, não tinha osso, senão
um junto com o pescoço e outro perto da rabadilha, os quais não eram propriamente ossos, senão como cabos que todos se derretiam em azeite; e todo o mais dele era polpa sem osso e sem espinha. Os nervos eram de tal qualidade e tão rijos, que depois tiravam e arrastavam madeira na serra com eles, como com tamoeiros de arrastar, sem nunca quebrarem, e traziam bois e bestas presos nas relvas, como com ataferas do Algarve, e eram ainda mais seguros e fortes que elas. Enchendo depois a maré e embravecendo mais o mar, tanto o alevantou por vezes que quebraram as cordas e, partindo-se pelo meio, deitou no mar grande cópia de azeite. E ametade dele foi ter defronte da ribeira que se chama Gorreana, onde dele se
aproveitaram uns mouriscos e outras pessoas. Não conhecia ninguém que peixe era; alguns
dizem ser trebolha, afirmando-se todos não ser baleia. Um homem de fora, que ali se achou e
já fora a Guiné, disse que era peixe espadarte, de que em Guiné havia muitos.”
Anónimo disse…
V Parte

No lugar da Chada Grande, estando o vigairo um dia, mais obscuro que a noite, dentro na igreja recolhido com todo o povo, com a porta principal sarrada e a travessa aberta, não se vendo nem conhecendo uns a outros, senão pela fala, fora da igreja e dentro nela, com a claridade dos círios e tochas, até vésperas em que, tornando já claro, viram todos pela porta travessa entrar uma coisa à maneira de nuvem grossa e negra, redemoinhando e foi até o
cruzeiro da dita igreja; daí tornou para trás até meio dela, onde inchou como uma grande botija
e arrebentou, dando tão grande estouro como uma bombarda, lançando fogo de si, a modo de
labareda quando dispara algum tiro, de que a gente toda ficou pasmada e fora de si e uma
mulher quase morta, dizendo depois que a força daquele fogo a derreara. E ao dito vigairo deu
aquele ímpeto nos peitos. Nestes lugares da Chada Grande, Achadinha, Fenais da Maia, Maia
e Porto Formoso se fizeram muitas procissões e penitências, e na Maia andavam os meninos em procissão, todos nus, no tempo desta angústia, pedindo a Deus misericórdia.


"Era o vento sudoeste, que foi deitando a cinza e pedra pomes do mar até à serra, desde o lugar do Porto Formoso até à Lomba de S. Pedro, em altura de cinco, seis e mais palmos, e acravando todas as serras, pelo que os moradores daquelas cinco freguesias, Achada Grande, Achadinha, Fenais da Maia, Maia e Porto Formoso, que poderiam ser mil e quinhentos fogos e duas mil almas, vendo as casas acravadas, as searas perdidas, os gados mortos e perdido quanto tinham (havendo entre elesalguns tão prósperos e ricos que perdeu cada um mais de cinco mil cruzados, como foi Luís Fernandes da Costa e outros), deixaram seus assentos e terras, fugindo para a cidade da Ponta Delgada.

Da Ribeira Grande até o lugar de Porto Formoso e Maia, caiu muita quantidade de cinza,em tanto que acravou todas as novidades e as cobriu em maneira que se perderam, sem delas se aproveitar senão mui poucas espigas. Da Maia para além, convém a saber, nas freguesias
dos Reis Magos e em ambas Achadas, e na de S. Pedro da Lomba, e na vila do Nordeste até a Povoação e Furnas, além da muita cinza que também choveu, caiu tanta pedra pomes,misturada com algumas rachas de pedra brava, que não ficou coisa que não cobrisse, nem
grota que não arrasasse, nem árvore que aparecesse, nem pessoa que não cuidasse senão que o mundo se acabava. Donde por toda aquela costa (que são bem nove léguas de terra,assim pelas terras feitas como pela serra, porque apenas se podia caminhar a pé, por ser
muito fragosa e coberta de arvoredo) ficou tudo tão raso e desabafado, que não há lugar por
onde mui à vontade carros não possam andar.
As pedras que caíam a lugares eram algumas delas de grandor de potes,
até no lugar de Porto Formoso se achou uma de trinta palmos de comprido e grossura de uma pipa, de forma mais quadrada que roliça, a qual hoje em dia se vê no caminho do concelho onde caiu, trazida pelo ar, sem mãos humanas que, da boca do fogo donde saiu, está mais de duas léguas ao nordeste."
Anónimo disse…
VI Parte

COMO DEPOIS DO SEGUNDO TERRAMOTO, EM TEMPO DO CAPITÃO MANUEL DA
CÂMARA, FORAM RESTAURADAS MUITAS TERRAS DE PÃO QUE NA BANDA DO NORTE
SE COBRIRAM COM PEDRA POMES E CINZEIRO, PRINCIPALMENTE POR INDÚSTRIA DE MANUEL VIEIRA, CIDADÃO DE VILA FRANCA.

“Com o terramoto segundo e fogo que arrebentou da alagoa que estava na cova do pico das
Berlengas, entre a vila da Ribeira Grande e Vila Franca do Campo, no meio da serra (como tenho dito) se alevantou tanto cinzeiro e pedra pomes que obscureceu o ar todo por espaço de três dias pelos Fenais, Achadas, Maia, até junto de Porto Formoso, que não se viam os
homens uns aos outros no meio dia, nem iam buscar água para beberem, senão com círios e candeias acesas; nos quais dias caiu tanto cinzeiro e pedra pomes no mato, que toda aquela
parte dele, do Porto Formoso até o Nordeste, ficou coberta e acravada, altura de oito, dez
palmos, sem ficar pasto algum, com que o gado se mantivesse. E, em algumas partes, em que ficaram algumas árvores, o vieram manter com alguma rama que delas lhe cortavam, por não terem outra comedia. E tão costumados estavam já a este pasto da rama cortada que, indo algumas pessoas buscar o seu gado pelos matos e não achando onde o descobrir, usavam de manha para o poder tomar, subindo-se um homem em uma árvore ou pau alto do mato, onde estava dando pancadas com outro, como que fendia e cortava rama; e ouvindo o gado, onde quer que estava tresmontado, aquelas pancadas, cuidando que lhe cortavam rama naquela parte onde as ouviam, para ele comer como costumava, acudia logo ali uma rez de uma parte, outra da outra, e assim se ajuntavam naquele lugar onde cada um dos pastores tomava o seu.
Não somente caiu cinzeiro e pedra pomes nos matos, onde destruíu muitos pastos, madeira e lenha, mas também nas terras de pão três palmos e dois e meio o menos de altura, e daí para riba até cinco e seis, como no mato e serra, quatro, cinco, seis palmos, e em outras partes mais e menos, misturada a pedra pomes, cinza e lama, de modo que fazia um bitume mui duro e tão forte que, dando três e quatro vezes com a enxada nele, não o podiam entrar, nem
descobrir o solo da terra boa. E ficaram grotas e caminhos atupidos, tudo raso, e perdidas as
terras todas e mato, por aquela parte, ficando as árvores, umas quebradas, outras secas com a
quentura do fogo, outras torcidas e outras acravadas”.

DE ALGUNS MINERAIS QUE HÁ E SE PRESUME HAVER NA ILHA DE S. MIGUEL

“Na Ladeira da Velha, entre a vila da Ribeira Grande e o Porto Formoso, da banda do norte,
há muito enxofre e pedra humi em muitos lugares, que os trabalhadores não podem sofrer com
o fedor grande que os derruba no chão; o qual, segundo dizem os homens que tratam em minas, procede de metais que estão debaixo, mas tem uma propriedade que, com duas horas depois do sol saído, mais levemente se pode sofrer o seu fedor, e hão-de alçar da obra duas horas antes que se ponha o sol; de outra maneira seria insofrível e morreria de improviso quem trabalhasse nele, se não usar de algum remédio, que é tapar os narizes com panos molhados em vinagre.”
Anónimo disse…
Retalhos monográficos:

“Nossa Senhora da Graça do Porto Formoso.
Cura, Pero Fernandes, o segundo que houve nesta freguezia.
Congrua de 3$500 reis.
Parece não ser já em 1526, mas recebeu ainda nesse anno a sua congrua”

“Frei Agostinho de Mont´Álverne diz que o Alvará de D.Manuel tem a data de 12 de Dezembro de 1518.
Não há a menor dúvida que errou também o illustre Franciscano michalense, o que facilmente se demonstra com a referida acta da Câmara de Ponta Delgada de 24 de Julho desse mesmo anno.
A ermida de S. Braz do porto Formoso foi mandada fazer por Thomé Vaz Pacheco, antes da subversão de Villa Franca.”

"N.S.ª da Graça, Porto Formoso

1697…….1 Sino.............52$000
Ferragem do dito………15$000"

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