Regresso de férias
Depois de uma pausa para férias, num dos Verões com menos sol de que há memória, A Casa da Mosca regressa de uma forma descontraída e prazerosa. Começemos a "nova época" com duas fotos da nossa baía de Santa Iría e um poema do nosso José António Braga Furtado. Portanto, tudo coisas do Porto Formoso.
Esperando por mim
A rua estende-se no sentido oposto,
A luz atónita vai iludindo a natureza,
Faz da calçada húmida, algo sem rosto,
Uma imagem desnatura e sem destreza,
O frio crepuscular de uma noite anunciada,
Entranha-se nos poros da pele desprotegida;
Sinto-o como uma sensação inacabada,
Como um pensamento sem fala.
O andar conexo à rigidez da anatomia,
Equilibra todo o suplemento de uma existência,
Que se ignora e se suspende numa via,
Que se desvanece e se recria.
Esperando aqui estou, por mim, em silêncio;
No fundo dessa via inanimada,
Imerso na escuridão que traz o tédio,
Quando os dias, por pouco, valem nada.
Tudo passa, até eu me passo,
A relatividade do tempo por vezes incomoda,
Se preciso de tempo, ele esgota-se num traço,
Se for supérfluo, até a realidade se desprende da vida.
Esperando por mim, enquanto não chego,
Estou numa viagem incompleta,
Não sei quando volto nem sei se fui,
Mas quero esperar por mim,
Abraçar-me, segredar-me o ego,
Esperarei por mim com saudade,
Quando chegar, será o fim.
A luz atónita vai iludindo a natureza,
Faz da calçada húmida, algo sem rosto,
Uma imagem desnatura e sem destreza,
O frio crepuscular de uma noite anunciada,
Entranha-se nos poros da pele desprotegida;
Sinto-o como uma sensação inacabada,
Como um pensamento sem fala.
O andar conexo à rigidez da anatomia,
Equilibra todo o suplemento de uma existência,
Que se ignora e se suspende numa via,
Que se desvanece e se recria.
Esperando aqui estou, por mim, em silêncio;
No fundo dessa via inanimada,
Imerso na escuridão que traz o tédio,
Quando os dias, por pouco, valem nada.
Tudo passa, até eu me passo,
A relatividade do tempo por vezes incomoda,
Se preciso de tempo, ele esgota-se num traço,
Se for supérfluo, até a realidade se desprende da vida.
Esperando por mim, enquanto não chego,
Estou numa viagem incompleta,
Não sei quando volto nem sei se fui,
Mas quero esperar por mim,
Abraçar-me, segredar-me o ego,
Esperarei por mim com saudade,
Quando chegar, será o fim.
José António Braga Furtado
Comentários
O Porto Formoso é o paraíso.
Adeus
adorei especialmente a ultima estrofe
continua a escrever
beiji elisabete
temos que dar o valor a quem as fez
e tambem agradecer ao José Antonio Braga
pelo trabalho que teve em as copiar para as divulgar neste blog
força rapaz
Este Blog é da autoria do "Regedor", e foi ele que aqui colocou este poema, da autoria de José António Braga Furtado.
Caro Regedor, o fim das férias é sempre uma altura difícil. O regresso ao trabalho e ás rotinas diárias, entretanto quebradas pelo ócio estival.
Pelos vistos reencontrar-nos-emos em breve, no local do costume....
Quanto ao poema; Bravo, temos poeta, e sendo do Porto Formoso ainda me desperta mais simpatia.
Um abraço.......e até 2ª-feira ;)
Beijinhos e bom fds:)
Gracinha
Qual será o representante da CMRG na procissão? Será o Presidente ou o vereador Jaime Rita?
Estamos na semana das festas de Senhora da Graça e não há um comentário sobre as mesmas. As pessoas estão distraídas ou então as festas estão condenadas a serem outra vez um autêntico fiasco. Será que o Regedor ainda vai a tempo de lançar o tema esta semana?
Este poema é bom. Sabemos isso quando acabamos e ler e pensamos "porra, tenho de ler isto outra vez". O José António foi meu colega de turma, de freguesia e de clube. Sabe colocar na escrita todos os seus pensamentos sob a forma de poemas.
Precisamos de pessoas com ideias diferentes no Porto Formoso.
Na diversidade está a riqueza.